3 Casos de ataques cibernéticos no Brasil

Um ataque cibernético se refere a ações maliciosas realizadas por meio de sistemas digitais. Quando isso acontece, o objetivo dos malfeitores é roubar, corromper ou sequestrar dados. Com essas ações, eles pretendem interromper o funcionamento das operações das vítimas, sejam elas empresas, governos ou indivíduos.

Na prática, um ataque cibernético pode assumir diversas formas, como phishing, ransomware, negação de serviço (DDoS) e/ou exploração de vulnerabilidades em softwares. A seguir, explicamos melhor em que consiste cada um.

ataques cibernéticos no Brasil

Principais formas de ataque cibernético

Começando pelo phishing, essa é uma técnica de engenharia social que visa enganar a vítima para que ela revele informações confidenciais, como senhas, dados bancários ou documentos pessoais. Normalmente, é um ataque realizado por meio de e-mails ou mensagens falsas que simulam comunicações legítimas, podendo ser de bancos, empresas, órgãos públicos ou se fazendo passar por um famoso ou conhecido. Geralmente, é feito através de mensagens que contêm links ou anexos maliciosos e que, ao serem clicados, levam a sites falsos (muito parecidos com os originais) ou instalam malware nos dispositivos da vítima. É uma das formas mais comuns e eficazes de ataque, principalmente porque explora a confiança e o descuido do usuário. 

Já o ransomware é um tipo de malware (software malicioso) que, ao infectar um sistema, criptografa os arquivos e exige o pagamento de um “resgate” (ransom) – muitas vezes em criptomoedas — para que o acesso seja restaurado. O problema é que mesmo pagando, não há garantia de que os dados serão realmente recuperados. O ransomware pode se espalhar por e-mails com anexos maliciosos, downloads de sites comprometidos, dispositivos USB infectados ou explorando falhas de segurança. São ataques gravíssimos que podem ter consequências tanto do ponto de vista técnico quanto financeiro e reputacional. 

Há ainda os ataques de negação de serviço distribuída (Distributed Denial of Service – DDoS) que têm como objetivo tornar um sistema ou site indisponível. A maioria das vezes, isso é feito por meio do envio de um grande volume de tráfego malicioso, vindo de várias máquinas infectadas (as botnets). Na real, isso resulta em uma sobrecarga do servidor, impedindo o acesso de usuários legítimos. Na realidade, empresas de todos os setores são alvos de DDoS, especialmente em campanhas de sabotagem, protesto (hacktivismo) ou extorsão. E embora não envolva necessariamente o roubo de dados, causa interrupções sérias nos serviços. 

Identificar e se aproveitar de falhas ou erros de programação, ou seja, das vulnerabilidades dos sistemas operacionais, softwares ou aplicativos é outro tipo de ataque comum. Criminosos digitais amam explorar essas brechas e, por vezes, só por diversão! Assim, conseguem obter acesso não autorizado, escalar privilégios dentro da rede, instalar malwares ou extrair dados. 

Como prevenir ataques cibernéticos

A prevenção de ataques cibernéticos passa por uma abordagem abrangente, devendo combinar tecnologia, processos e conscientização. Veja aqui algumas dicas úteis:

  • Atualizações regulares para manter os sistemas operacionais e aplicativos sempre atualizados recorrendo aos patches de segurança mais recentes.
  • Backups frequentes e guardados em locais seguros, de preferência desconectados da rede principal.
  • Autenticação multifator (MFA) para conseguir uma camada extra de segurança no acesso a sistemas e dados sensíveis.
  • Capacitação dos colaboradores e usuários. É essencial que aprendam a reconhecer tentativas de phishing e outras ameaças cibernéticas.
  • Invista em ferramentas de segurança (antivírus, firewalls, etc.) para monitorar e proteger sua infraestrutura de TI.




3 Casos famosos de ataques cibernéticos no Brasil

  1. Ataque à Record TV (2022)

Em outubro de 2022, a emissora Record TV sofreu um ataque de ransomware que comprometeu seu acervo de conteúdos, e-mails e sistemas internos, com os hackers exigindo um resgate para liberar os dados criptografados. Embora a equipe de TI da emissora possuísse backups e tenha conseguido recuperar seus arquivos, diversas informações confidenciais acabaram sendo vazadas na deep web, incluindo documentos financeiros e pessoais de funcionários.

  1. Invasão ao Siafi (2024)

Em abril de 2024, o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), responsável pelos pagamentos do governo federal, foi alvo de um ataque cibernético. Pior que isso, foi o resultado: um desvio de, segundo a Globo, aproximadamente R$ 15 milhões. Sabe-se que os criminosos recorreram a técnicas de phishing e certificados digitais falsos para autorizar transações fraudulentas. Esse incidente levou à implementação de medidas adicionais de segurança, como a autenticação multifator e treinamentos dos servidores públicos.

  1. Vazamento de dados da Netshoes (2024)

Em julho do ano passado, a plataforma de comércio eletrônico Netshoes sofreu um vazamento de dados. Isso expôs informações de cerca de 38 milhões de usuários, incluindo CPFs, endereços e históricos de compras. Os dados acabaram sendo divulgados em fóruns de cibercriminosos, levantando sérias preocupações sobre a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a segurança no setor de e-commerce.


O aumento e a sofisticação dos ataques cibernéticos no Brasil, mas também no resto do mundo reforça a necessidade de fortalecer as defesas digitais em todos os setores. Para isso, é essencial uma estratégia combinada, onde seja priorizado o uso de tecnologias atualizadas, tanto quanto políticas de segurança robustas. A conscientização dos usuários, sejam eles funcionários ou clientes, é também fundamental para mitigar os riscos e proteger informações sensíveis contra ameaças cibernéticas.